O Itaú registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,419 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 3,9% na comparação com o mesmo período de 2017.

O resultado ficou acima da projeção média de R$ 6,351 bilhões dos analistas consultados pelo Valor. (Por Talita Moreira e Vinícius Pinheiro) O lucro contábil do segundo maior banco privado brasileiro ficou em R$ 6,280 bilhões, com alta de 3,8% em 12 meses.

O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 22,2% no trimestre, acima dos 22% do mesmo período do ano passado. A margem financeira total atingiu R$ 16,999 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 0,3% em três meses, mas queda de 2,4% na comparação com os três primeiros meses do ano anterior.

O custo do crédito totalizou R$ 3,788 bilhões no primeiro trimestre, com queda de 11% em três meses e de 28,3% em 12 meses. O custo do crédito inclui despesas com provisões para devedores duvidosos, impairment (baixa contábil) de títulos financeiros, descontos concedidos e recuperação de créditos baixados como prejuízo.

A inadimplência (acima de 90 dias) ficou em 3,1% no primeiro trimestre estável em relação a dezembro e 0,3 ponto percentual inferior à de março do ano passado. Se olhadas apenas as operações no Brasil, o índice de inadimplência era de 3,7% no fim de março deste ano, mesmo percentual apresentado em dezembro. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, houve queda de 0,5 ponto.

CRÉDITO: O Itaú Unibanco fechou o primeiro trimestre com R$ 601,1 bilhões em sua carteira de crédito expandida, que inclui avais e fianças. O número representa um crescimento de 0,2% em relação a dezembro e de 2,4% na comparação com março do ano passado.

O volume maior reflete o desempenho das operações com pessoas físicas e com micro, pequenas e médias empresas no Brasil e um forte aumento na carteira de América Latina. O estoque de crédito a grandes companhias continuou a encolher, o que já era esperado.

A carteira de pessoas físicas atingiu R$ 191,4 bilhões no fim de março. Houve um leve recuo de 0,1 ponto percentual frente a dezembro — atribuído pelo Itaú ao efeito da sazonalidade. No entanto, o montante cresceu 6% na comparação com primeiro trimestre do ano passado, impulsionado principalmente pelas linhas de cartão de crédito, crédito pessoal e financiamento imobiliário.

O portfólio de crédito a pessoas jurídicas somou R$ 225 bilhões, indicando uma retração de R$ 0,8% em relação ao fim do ano passado e de 4,9% frente a março de 2017. A carteira de crédito a grandes empresas recuou 1,9% no trimestre e 8,3% em 12 meses, para R$ 162 bilhões.

O estoque de operações com micro, pequenas e médias companhias, em contrapartida, avançaram 1,9% em relação a dezembro e 5,2% quando comparado a março do ano passado. “A redução da carteira de grandes empresas está relacionada com a desalavancagem do segmento, entretanto vale destacar que parte desses créditos tem migrado para o mercado de capitais”, disse o Itaú nas demonstrações financeiras.

A carteira de operações do banco em outros países da América Latina atingiu R$ 150 bilhões no fim de março, o que indica alta de 3% em relação ao fim do ano e de 12,5% frente a março de 2017. O desempenho no Chile, que representa dois terços desse portfólio regional, impulsionou o resultado.

SEGUROS: O Itaú Unibanco registrou uma receita de R$ 10,130 bilhões com prestação de serviços e seguros no primeiro trimestre. O resultado representa um aumento de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Itaú projeta um aumento de 5,5% a 8,5% nas receitas com serviços e seguros neste ano. A receita com cartões de crédito avançou 6,5% na comparação com os três primeiros meses de 2017, para R$ 3,1 bilhões. A cobrança de tarifa de conta corrente rendeu R$ 1,8 bilhão ao maior banco privado brasileiro, alta de 10,1%.

O negócio de administração de recursos, incluindo fundos de investimento, registrou receita de R$ 1 bilhão, um aumento de 18,8% em relação ao primeiro trimestre de 2017.

A área de seguros registrou uma receita de R$ 1,6 bilhão de janeiro a março deste ano, alta de 0,3% em relação ao mesmo período de 2017.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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