Mais de 15 milhões de brasileiros deixariam de pagar Imposto de Renda sobre o ano-calendário 2022 caso a tabela fosse corrigida pela inflação acumulada desde 1996, aumentando a faixa de isenção.
A estimativa foi calculada pela Unafisco Nacional (Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil). Segundo a entidade, brasileiros que ganham até R$ 4.400 ao mês deveriam ser isentos do pagamento do IR. Hoje, a isenção é só para quem ganha até R$ 1.903,98.
Sem a correção, o valor retirado indevidamente das 15, 3 milhões de famílias brasileiras que deveriam ser isentas chega a R$ 164,5 bilhões em 2022, diz a entidade.
Para a Unafisco, a perda da arrecadação poderia ser compensada com maior tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos e de grandes fortunas.
Com a divulgação de que a inflação no Brasil atingiu 10,06% em 2021, a defasagem da tabela do Imposto de Renda chegou a 134,5%, indica a associação.
Bolsonaro descumpre promessa de campanha
Em 2022, o governo decidiu não corrigir a tabela mais uma vez, no sétimo ano seguido sem reajuste. Assim, o presidente Jair Bolsonaro entra em seu quarto e último ano de mandato sem cumprir sua promessa de campanha de subir a faixa de isenção para cinco salários mínimos (correspondente a R$ 6.060 em 2022).
Depois que a proposta de reforma do IR travou no Senado, havia a expectativa de que o governo concedesse a correção da tabela via Medida provisória (MP), como já aconteceu nas gestões de presidentes anteriores. No final da contas, porém, o governo decidiu não fazer nenhuma correção.
Fonte; UOL 14/01/2022
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