Uma funcionária da Caixa Econômica Federal acusa o ex-presidente do banco Pedro Guimarães de assediá-la em um jantar da empresa em Brasília, ocorrido no início do ano passado.

O executivo teria abraçado a servidora pela cintura para tirar uma foto, mantido o abraço contra a vontade da mulher e, em seguida, pedindo que ela o “abraçasse forte”. O novo relato, publicado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, se assemelha ao depoimento de outras supostas vítimas.

“Mantém a mão. Me abraça forte, me aperta, está com medo de mim?”, disse Guimarães, segundo contou a servidora à publicação.

As denúncias contra Pedro Guimarães, que incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho, começaram a surgir no fim do ano passado e foram escancaram nesta semana através de reportagem publicada pelo site de notícias “Metrópoles”.

Todas as mulheres que falaram ao veículo, sem que seus nomes fossem divulgados, trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.

As cinco entrevistadas disseram que se sentiram abusadas em diferentes ocasiões, e sempre em compromissos de trabalho. Os casos aconteceram, muitas vezes, em viagens relacionadas ao programa Caixa Mais Brasil.

Segundo relato, o presidente do banco escolhe, preferencialmente, “mulheres bonitas” para as comitivas nas viagens. De acordo com Ana*, uma das funcionárias que denunciaram o assédio, o comunicado de escolha é como um prêmio.

Outra prática comum, segundo as funcionárias, é que mulheres que despertam a atenção de Guimarães durante as viagens sejam chamadas para atuar em Brasília, muitas vezes promovidas hierarquicamente sem preencher requisitos necessários. A prática deu, inclusive, origem a uma expressão usada para se referir a elas: “disco voador”.

Em contato com o UOL, o Ministério da Economia disse que não irá se manifestar sobre o caso.

Em nota, a Caixa afirma que “não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo e que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio.”. Ainda no texto enviado ao UOL, a instituição diz que “o banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça'”.

O UOL também entrou em contato com Pedro Guimarães por e-mail e por telefone para comentar as denúncias. O texto será atualizado em caso de manifestação.

Fonte UOL, 01/07/2022

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