O HSBC retomou o plano de cortar 35 mil empregos, três meses após o surto de coronavírus ter paralisado a esperada reorganização para aumentar a rentabilidade.
“Desde fevereiro, avançamos em alguns aspectos do nosso programa de transformação, mas agora precisamos olhar para o longo prazo e avançar em outros, inclusive reduzindo nossos custos”, disse o CEO Noel Quinn em memorando publicado na quarta-feira.
O banco se une a rivais como Deutsche Bank e UniCredit ao seguir em frente com cortes de empregos que foram suspensos no início da pandemia. O HSBC também enfrenta maiores tensões globais, pois seu apoio à planejada lei de segurança de Hong Kong da China criou desafios em seu principal mercado.
O Unite, sindicato de trabalhadores que representa alguns dos funcionários do banco no Reino Unido, disse que a notícia causaria “grande apreensão”. “A pergunta que deve ser feita hoje é: ‘Por que agora, HSBC?'”, disse Dominic Hook, representante nacional do sindicato.
O recente apoio do HSBC à China atraiu críticas de políticos dos EUA e do Reino Unido, segundo os quais a lei de segurança proposta pode oprimir as liberdades prometidas sob a política “um país, dois sistemas” que orientou a devolução da ex-colônia britânica ao domínio chinês em 1997. Um dos principais acionistas do banco, a Aviva Investors, classificou a decisão de “desconfortável”.
Venda de ativos
Em fevereiro, Quinn apresentou uma reestruturação que envolveria a redução da força de trabalho, de 235 mil pessoas, em cerca de 35 mil nos próximos três anos. O banco tem como meta cortes de custos de US$ 4,5 bilhões em unidades com baixo desempenho.
A Europa e os EUA devem sentir o maior impacto dos cortes, pois o HSBC tenta reformular os negócios em regiões onde enfrenta dificuldades para dar lucro. A divisão global de bancos e mercados, que inclui a unidade de consultoria corporativa, deve enfrentar reduções significativas em áreas como vendas e negociação de ações.
O HSBC também está de olho na venda de alguns de seus ativos e já busca comprador para as operações de varejo na França, cuja venda reduziria milhares de funcionários da folha de pagamento.
A retomada do plano foi divulgada anteriormente pela Reuters.
“Apesar dos compromissos dos bancos em reter funcionários durante a crise da pandemia, acreditamos que é apenas questão de tempo até que planos significativos de redução de custos sejam anunciados …”, disse em relatório John Cronin, analista da Goodbody.
Fonte UOL, 17/06/2020
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