Em evento com empresários, Jair Bolsonaro atacou atuação do MPT; presidente também fez comentário homofóbico.
Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira (7/12) o combate ao trabalho escravo pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Bolsonaro afirmou que as normas que buscam evitar acidentes de trabalho atrapalham a vida do empresariado.
“Olha as normas regulamentadoras, como era difícil ser um grande empresário, empregador, com aquelas NRs. O Marinho (Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional) fez um limpa naquilo. A altura da pia, maciez do papel higiênico, tudo isso era motivo de multa. Ele (Marinho) acabou com milhares de itens que atrapalhavam a vida de vocês”, afirmou Bolsonaro a uma plateia de empresários e integrantes do governo em um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em seguida, Bolsonaro atacou, sem dar detalhes, uma operação do MPT no Ceará. Segundo o presidente, ele recebeu um telefonema no Palácio do Planalto do fazendeiro multado por expor trabalhadores ao trabalho escravo.
De acordo com Bolsonaro, os trabalhadores dessa fazenda não tinham dormitório, banheiro ou local adequado para comer.
“Há pouco, um telefonema do interior do Ceará. Um cabra que ligou para alguém da Presidência, passou o telefone para mim: ‘Acabei de ser multado aqui, eu estava com meu pessoal colhendo folha de carnaúba. Chegou o MP do Trabalho e largou meia dúzia de multas em cima de mim”, relatou Bolsonaro, relembrando o diálogo com o infrator:
“Multou por quê? Porque não tenho banheiro químico. Eu estou a 45 graus e obviamente não tenho banheiro químico. O cara vai deixar de colher a folha ali, andar 500 metros, fazer um xixi e voltar? Meteram a caneta no cara. Também uma mesinha feita de forma rústica, com madeira da região, para servir o almoço. Não estava adequada aquela mesa. Também a questão do dormitório, o pessoal dormia em uma barraca. Multa em cima dele”.
Em outro trecho do discurso aos empresários, o presidente fez um comentário homofóbico.
“Aqui não tem ninguém com idade de ficar ouvindo conversinha quando tinha 14, 15 anos de idade quando estava apaixonado pela coleguinha da escola, ou pelo coleguinha da escola, né, quem for mulher. Se bem que hoje está um vale tudo terrível aí, né? Mas tudo bem”.
Fonte; Metrópoles, Guilherme Amado e Eduardo Barreto 07/12/2021
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