Obtidas por uma agência, as mensagens revelam que a equipe de Eduardo Pazuello priorizou métodos sem comprovação científica, como a cloroquina

De hidroxicloroquina até o negacionismo da vacinação. O registro de bate-papo interno do Ministério da Saúde no Whatsapp, contendo mensagens trocadas por funcionários da pasta, no ano passado, foi obtido pela agência Reuters nesta quarta-feira (27/01).

As mensagens revelam que a equipe de Eduardo Pazuello priorizou métodos sem comprovação científica e debochou da ciência, seguindo os passos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Nas últimas semanas, o presidente precisou trocar o discurso e começar a vacinação com a Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. 
Essa não era a primeira opção de Bolsonaro e, por meio das mensagens obtidas pela agência, pode-se perceber que por trás da verdadeira estratégia do governo – a de  fabricar 100 milhões de doses da vacina da AstraZeneca localmente atráves da Fiocruz –, a pasta também nunca fez questão de ter um plano oficial de vacinação.

Entre as mensagens obtidas pela agência, está uma conversa do secretário-executivo da Saúde, o segundo posto mais importante do ministério, Elcio Franco, coronel aposentado do Exército.

Na mensagem, ele fala para seus funcionários sobre as negociações com a AstraZeneca. “Quem quer ser cobaia?”, ironiza ele.

Em outras mensagens, o secretário também mostrou ter confiança na hidroxicloroquina e na cloroquina.

Franco chegou a dizer que os medicamentos haviam provocado uma queda nos óbitos causados pela COVID-19. “As taxas de mortalidade estão caindo drasticamente devido ao protocolo de tratamento de Bolsonaro”, postou ele no grupo do WhatsApp em 15 de junho. “A cloroquina está revertendo a situação.”

Outro lado

Segundo a agência, ao ser questionado sobre o conteúdo das mensagens, Franco não respondeu aos pedidos de comentários por meio do Ministério da Saúde ou de sua conta no LinkedIn.
Reuters também enviou uma lista detalhada de perguntas ao gabinete do presidente, que, por sua vez, direcionou as perguntas ao Ministério da Saúde.
Fonte Estado de Minas Política, 27/01/2021

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