O Itaú ultrapassou o Bradesco e assumiu o posto de marca mais valiosa do país, segundo o ranking BrandZ Brasil, produzido pelo grupo WPP e pela empresa de pesquisa Kantar.

É a primeira vez que o Itaú assume a liderança desde a criação da versão brasileira do ranking, em 2006. A marca do banco tem um valor estimado de US$ 8,2 bilhões.

O Itaú assumiu a primeira colocação após sua marca perder apenas 1% de valor em comparação a 2019. O Bradesco, por sua vez, viu sua marca perder 34% de seu valor.

Com isso, o Bradesco, que havia assumido o primeiro lugar no ano passado após 6 anos de liderança da Skol, caiu para o terceiro lugar. A marca do Bradesco vale US$ 6,1 bilhões, segundo o estudo.

A Skol, que estava na 3ª colocação em 2019, agora aparece na vice-liderença, com um valor de marca de US$ 6, 7 bilhões.

Instituições financeiras enfrentam batalha

Segundo comunicado da Kantar, “as instituições financeiras enfrentaram uma batalha para se manter no topo”. Isso porque, para a consultoria, “o contexto do negócio já estava sendo afetado antes mesmo da pandemia, com o governo diminuindo drasticamente a taxa de juros, e o avanço das fintechs”.

Das 10 primeiras colocadas (veja o ranking abaixo), quem mais cresceu foi o Magazine Luiza, que avançou da 7ª para a 4ª posição, com um crescimento de 124% no valor de marca (US$ 5,1 bilhões). A Brahma fecha a lista das 5 primeiras, com um valor estimado de marca de US$ 3,7 bilhões.

Ranking já mostra efeitos causados pela pandemia

A edição deste ano do estudo já mostra o impacto causado pela pandemia de covid-19. O ranking foi publicado durante evento promovido na manhã de hoje (3), que debateu o choque do coronavírus na atuação das marcas.

“A comunicação em todas vertentes, com o consumidor, com os colaboradores e com a sociedade, foi extremamente importante neste período. Outro ponto importante foi o investimento publicitário. Em momentos de crise, quem anuncia mais retoma o crescimento mais rápido”, afirmou Sônia Bueno, presidente da Kantar no Brasil, durante apresentação do ranking.

Segundo a executiva, parcerias entre empresas também foram peça chave na construção do estudo deste ano. “Marcas que falaram de propósito, que ficaram ao lado da sociedade, fortaleceram a relação com o consumidor. Ações colaborativas entre as empresas também foi um fato bastante importante para a percepção do público”, declarou Sônia.

Inovação, pilar mais importante

O debate sobre o ranking ainda contou com a presença de Ricardo Dias, CMO da Ambev, e Othon Vela, diretor de marketing do Pão de Açúcar.

“Inovação é o pilar mais importante em qualquer categoria. Marca que não cria experiências, se torna obsoleta. O mundo certamente está mudando. As boas coisas feitas agora terão impacto no futuro”, afirmou Ricardo —que deixará a multinacional no dia 1° de outubro. Em seu lugar, assumirá Daniel Wakswaser, que atuava na AB InBev, em Nova York.

Para Othon, a agilidade foi fundamental no período de crise. “A primeira coisa que a gente assumiu foi que tínhamos um papel social. Depois, os planos de e-commerce foram acelerados. Multiplicamos por 3 a capacidade de entrega, em poucos meses”, declarou o executivo da rede varejista.

Marcas mais valiosas do Brasil em 2020:

Itaú Unibanco (banco): US$ 8,268 bilhões

Skol (cerveja): US$ 6,797 bilhões

Bradesco (banco): US$ 6,137 bilhões

Magazine Luiza (varejo): US$ 5,111 bilhões

Brahma (cerveja): US$ 3,720 bilhões

Globo (comunicação): US$ 3,295 bilhões

Antarctica (cerveja): US$ 2,558 bilhões

Renner (varejo):: US$ 2,273 bilhões

Amil (saúde): US$ 2,050 bilhão

Sadia (consumo): US$ 1,637 bilhão

Para calcular o valor de cada marca, o ranking considera duas dimensões: a financeira, feita pela Bloomberg, e o valor de contribuição da marca, feito pela Kantar. Neste estudo, são levadas em consideração apenas as marcas nacionais.

Fonte UOL, 03/09/2020

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