O Itaú Unibanco (ITUB4) encerrou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 7,66 bilhões, elevação de 7% comparado ao mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (07).
A cifra ficou abaixo das expectativas do mercado compiladas pela Bloomberg, que esperava lucro de R$ 8,259 bilhões.
Com exposição de R$ 2,7 bilhões na Americanas (AMER3), o Itaú reforçou em 100% a provisão para créditos de liquidação duvidosa, gerando um impacto de R$ 719 milhões no resultado recorrente gerencial, com a diferença para a exposição total sendo reconhecida na provisão complementar.
Sem esse efeito, o resultado recorrente teria atingido R$ 8,4 bilhões e o retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido seria de 21% no quarto trimestre.
No ano, o Itaú lucrou R$ 30 bilhões, elevação de 14,5% ante 2021, e retorno recorrente sobre o patrimônio líquido (ROE) médio anualizado de 20,3%.
De acordo com o banco, entre os fatores que mais influenciaram os resultados estão o crescimento da margem financeira com clientes, impulsionado pelo efeito positivo do crescimento da carteira, associado à gradual mudança do mix para créditos relacionados ao segmento do varejo.
Além disso, o bancão destaca o aumento das receitas de prestação de serviços e seguros em razão do maior faturamento na atividade de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência e dos maiores ganhos com administração de recursos.
Em 2022, a carteira de crédito total cresceu 11,1%, atingindo R$ 1.141,5 bi. No quarto trimestre, o segmento teve alta de 20%, com destaque para o cartão de crédito e crédito pessoal.
“Nosso balanço robusto demonstra capacidade do banco de absorção de riscos como os que enfrentamos no fechamento de 2022”, diz Alexsandro Broedel, CFO do Itaú.
Em relação à rentabilidade, o ROE (retorno sobre o patrimônio) do Itaú fechou o quarto trimestre em 19,3%, queda de 1,7 ponto percentual ante o terceiro trimestre e baixa de 0,9 ponto percentual em relação ao ano passado.
Provisão para devedores duvidosos e inadimplência do Itaú
Em 2022, o custo do crédito, que inclui a despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), totalizou R$ 32,3 bilhões no ano de 2022, alta de 59,6% quando comparado a 2021, em razão principalmente da maior despesa de provisão para créditos de liquidação.
No quarto trimestre, o Itaú viu o seu PDD subir 6% ante o terceiro trimestre, puxado pela mudança de mix de originação.
Como o esperado por analistas, o índice de inadimplência acima de 90 dias (NPL 90) aumentou em relação ao trimestre anterior.
“O aumento ocorreu devido à maior inadimplência no segmento de pessoas físicas no Brasil, principalmente
nas carteiras de cartão de crédito e financiamento de veículos”, destaca.
Por outro lado, o banco destaca a redução no segmento de grandes empresas, que atingiu o menor patamar da série histórica.
Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias (NPL 15-90) reduziu no trimestre devido à menor inadimplência na América Latina.
O Itaú informa que no Brasil, houve estabilidade no indicador de pessoas físicas, enquanto os índices de grandes e micro, pequenas e médias empresas aumentaram.
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