O Santander (SABN11) teve lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2022 (4T22), de acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira (4). Os analistas do mercado esperavam por lucro de R$ 2,896 bilhões, de acordo com o consenso da Bloomberg.
O resultado representa uma queda de 56% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 3,796 bilhões.
O Santander destaca que as principais razões para esse resultado foram:
- Busca pelo controle das despesas: As despesas do banco subiram 7% ao ano, abaixo do dissídio coletivo e da inflação;
- Eficiência: O banco segue buscando definir o padrão de eficiência do setor, “impulsionados por um foco obsessivo no custo de atendimento”, segundo o documento;
- Ciclos de crédito: Segundo o Santander, o resultado reflete a estratégia de antecipação dos ciclos de crédito. O crédito mais seletivo acaba pressionando as receitas, combinada com a deterioração do custo do crédito, bem como o impacto do evento subsequente no segmento de atacado
O banco ainda informou que a provisão para devedores duvidosos (PDD), reserva de capital para lidar com inadimplência, totalizou R$ 23,9 bilhões em 2022, avanço de 72,7% em um ano. No 4T44, o Santander atingiu R$ 7,3 bilhões, aumento de 18,6% na comparação trimestral.
As despesas gerais atingiram R$ 6,04 milhões no trimestre, alta de 6,3% na comparação com o mesmo período anterior.
A margem financeira bruta do trimestre chegou a R$ 12,5 bilhões, baixa de 0,6%, destacou o Santander. No 4T22, a receita total de prestação de serviços foi de R$ 5,07 bilhões, aumento de 7,2%.
A carteira de crédito do Santander foi de R$ 489,6 bilhões até o final de 2022, avanço de 5,8% em 12 meses.
Já o ROAE (retorno sobre patrimônio médio) foi de 8,3% no 4T22, uma queda de 7,3 pontos percentuais. No acumulado de 2022, foi de 16,3% um recuo de 4,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Credor importante
Vale lembrar que o Santander está entre os maiores credores da Americanas (AMER3). Na Espanha, o Banco Santander SA elevou as provisões de seu banco de investimento em € 257 milhões (R$ 1,43 bilhão).
Segundo a Bloomberg, o reajuste se deve, em grande parte, devido a problemas com um único cliente no Brasil, o maior mercado da instituição.
O banco anunciou em seu relatório de resultados que o desempenho da receita e da margem financeira no Brasil foi ofuscado por maiores provisões ligadas, em parte, a “um único nome” na carteira corporativa e de banco de investimento.
No mês passado, Americanas SA, varejista que entrou em recuperação judicial, listou o Santander como um de seus três maiores credores, com R$ 3,7 bilhões em exposição.
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